Programa de Ovodoação

Atualmente, uma das principais causas que levam um casal a buscar uma clínica de infertilidade é o fato da mulher ter começado a tentar engravidar em uma idade mais avançada. Existem vários motivos que levam a mulher a adiar a gravidez, por exemplo, pelo simples fato de demorar a encontrar um parceiro com o qual deseja ter filhos. Outras mulheres adiam esse projeto em prol da carreira e estabilidade profissional. Infelizmente, a fertilidade da mulher tem uma queda progressiva ao longo da vida, acentuando-se após os 35 anos e principalmente após os 40 anos. Assim, ao se iniciar tardiamente as tentativas, há uma grande chance do casal enfrentar dificuldades e necessitar de um tratamento de reprodução assistida. O grande problema é que muitas vezes, a reserva ovariana, ou seja, o número de óvulos restantes já é muito baixa e estes já estão envelhecidos, tendo chances mínimas de serem fertilizados e formarem embriões viáveis.

Nesses casos, algumas vezes, a única possibilidade que essas mulheres têm para alcançar o sonho da gestação é recebendo óvulos doados de uma mulher mais jovem.

Como funciona o Programa de Ovodoação?

Para doar óvulos, a doadora deverá passar inicialmente pelo mesmo processo de um ciclo de Fertilização in vitro (FIV) habitual: receberá medicações para estimular seus ovários até que seus folículos atinjam o tamanho adequado. Seus óvulos, então, serão coletados  com uma agulha especial sob anestesia geral. Os óvulos doados serão fertilizados, em laboratório, com o sêmen do marido da receptora formando embriões. Estes, finalmente, serão transferidos ao útero desta receptora. Ressaltamos que é garantido o anonimato, ou seja, a doadora não conhecerá a identidade da receptora e vice-versa.

Doadoras

Uma mulher pode  doar óvulos em 3 situações distintas:

1- quando foi submetida à estimulação ovariana para FIV com um grande número de óvulos obtidos e a paciente opta por doar parte deles.

2- quando uma mulher deseja passar pelo processo pelo simples ato altruísta de doar seus óvulos em benefício de outrem. Essa situação é rara, o que é compreensível, considerando que o tratamento é complexo e envolve múltiplas injeções, vários retornos à clínica e anestesia na hora da coleta dos óvulos.

3- quando ocorre a chamada “doação compartilhada”. Esta prática consiste em uma mulher com indicação de Fertilização in vitro doar parte dos seus óvulos obtidos com o tratamento em troca do custeio de parte deste tratamento. Essa medida foi oficializada na nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), publicada em diário oficial em maio de 2013, permitindo que mulheres que se dispõem a doar óvulos, ajudando uma outra a concretizar o desejo de ser mãe, possam também ser ajudadas a realizar o seu sonho.

Nem toda mulher pode ser doadora.  Pela resolução-RDC nº 23 da Anvisa, de maio de 2011, a mulher que deseja doar óvulos deverá passar previamente por uma triagem de doenças sexualmente transmissíveis (sangue e secreção vaginal).

Existe também um limite de idade. Pela nova resolução do CFM, só poderão doar óvulos, mulheres entre 18 e 35 anos.

Além dessas normas, nosso programa inclui ainda uma triagem genética e testes de reserva ovariana, para avaliar se os ovários terão boa resposta e produzirão quantidade adequada de óvulos..

Receptoras

Uma mulher pode necessitar de óvulos doados nas seguintes situações:

1- foi submetida à cirurgia de remoção de seus ovários

2- realizou quimioterapia para câncer com drogas tóxicas aos ovários

3- tem alguma doença genética com risco de ser transmitida a seus filhos

4- seus ovários entraram em falência

5- seus óvulos estão envelhecidos pela idade avançada. Estas deverão ser investigadas previamente do ponto de vista clínico, para avaliar se estão aptas a manterem-se saudáveis durante a gestação. A nova resolução do CFM também impôs limites de idade para as receptoras: no máximo 50 anos. Acima desta idade, é possível fazer o tratamento, desde que haja uma autorização do CFM.

Como as doadoras são escolhidas?

Quando uma mulher deseja doar óvulos, inicialmente passará por uma consulta médica onde será avaliado se tem condições de ser doadora. Isso envolve um questionário sobre todo o histórico de doenças e tratamentos, exame físico geral e ginecológico e uma série de exames: hormonais, genéticos, de doenças sexualmente transmissíveis e de imagem. Se ela preencher os requisitos, ela entrará para uma lista de doadoras, onde ficam registradas suas características: idade, peso, altura, origem étnica, cor da pele, cor e tipo de cabelo, cor dos olhos, tipagem sanguínea, profissão e hobbies. Ficará então aguardando até que se encontre uma receptora com características compatíveis.

A mulher que deseja ser receptora passa pelo mesmo processo. Cruzamos então as duas listas para encontrar aquelas que são mais semelhantes. Assim que encontramos doadora e receptora compatíveis, elas são convocadas para que se inicie o tratamento. Ressaltamos mais uma vez que o anonimato é garantido, ou seja, a doadora nunca conhecerá a identidade da receptora e vice-versa.

Como é o tratamento da doadora?

Para a doadora, o tratamento se inicia com a estimulação ovariana como um ciclo FIV habitual. Após a coleta e confirmação do número de óvulos viáveis, a doadora expressa o número exato de óvulos que quer doar. No caso da doação compartilhada, os óvulos são repartidos igualmente entre doadora e receptora.

Os óvulos da doadora que não foram doados serão fertilizados em laboratório com o sêmen de seu marido e os embriões formados, transferidos ao seu útero.

Como é o tratamento da receptora?

Para a receptora, o tratamento se inicia com um preparo de endométrio com hormônios (adesivos e comprimidos) e controle de ultrassom seriado até que o endométrio alcance a espessura ideal. Os óvulos recebidos são então fertilizados em laboratório com o sêmen de seu marido e os embriões formados, transferidos ao seu útero.