Excesso ou falta de peso interferem na fertilidade

Postado em Dra. Fabiana Nakano, Notícias

Obesidade pode causar um desequilíbrio hormonal que resulta na dificuldade ou mesmo ausência de ovulação

Pesquisas revelam que as pacientes abaixo do peso levam duas vezes mais tempo para engravidar do que as mulheres com peso normal

O problema do excesso de peso tem alcançado proporções epidêmicas no mundo todo. Considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um dos dez principais problemas de saúde pública, a obesidade vem crescendo em ritmo exagerado no Brasil.

A Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 (POF) realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, analisou dados de 188 mil brasileiras e mostrou que a obesidade e o excesso de peso têm aumentado rapidamente nos últimos anos, em todas as faixas etárias.

Neste levantamento observou-se que 50% dos homens e 48% das mulheres se encontram com excess o de peso, sendo que 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres com mais de 20 anos apresentam obesidade. O excesso de peso atinge uma em cada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, e um quinto dos adolescentes do Brasil.

Na mulher, a obesidade além de favorecer o aparecimento de doenças como hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes, pode causar um desequilíbrio hormonal que resulta na dificuldade ou mesmo ausência de ovulação.

Mulheres obesas demoram até quatro vezes mais tempo para engravidar em relação àquelas no peso adequado e quando engravidam apresentam maior risco de sofrerem de hipertensão, diabetes gestacional e de seus filhos nascerem com baixo peso.

Estudos demonstram que a associação de exercícios com dieta é a melhor solução para o problema, aumentando as chances de engravidar entre 5% a 10%.

Mas o excesso de peso não é o único vilão para quem quer ter filhos. Pesquisas revelam que as pacientes abaixo do peso levam duas vezes mais tempo para engravidar do que as mulheres com peso normal.

“A falta de peso gera um desequilíbrio hormonal levando a amenorréia – interrupção da menstruação – afetando aproximadamente 20% das mulheres fisicamente ativas. Atletas de triatlon, maratonistas, bailarinas são as que mais sofrem com esse distúrbio”, afirma Drª. Fabiana Nakano – Médica, Ginecologista e Obstetra com Especialização em Reprodução Assistida da Medicina Reprodutiva Campinas.

Neste caso a amenorréia é causada pela deficiência de estrogênio, similar à menopausa e pode levar a problemas na saúde da mulher como a perda de cálcio nos ossos.

“No esporte profissional, as atletas têm uma incidência três vezes maior de fraturas por estresse acometendo 24% das que não menstruam ou que possuem menstruação irregular e 9% das que possuem menstruação regular. A falta do estrógeno aumenta o risco de osteoporose precoce” completa Drª. Fabiana Nakano.

Fonte: RAC

 

Dra. Fabiana Nakano - CRM 107.869

Formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em 2002. Durante sua formação acadêmica fez estágio no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do “Assaf Harofe Medical Center”, em Tel Aviv, Israel e estágio no Laboratório de Reprodução Assistida do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Valência, Espanha. Entre os anos de 2002 e 2005 realizou residência médica na área de Ginecologia e Obstetrícia no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, UNICAMP. No ano de 2006 fez especialização em Endoscopia Ginecológica no departamento de tocoginecologia da Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e, em 2007, especialização em Infertilidade Conjugal na mesma instituição. Possui Título de Capacitação em Reprodução Assistida concedido pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida além do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia e certificados de atuação em endoscopia ginecológica (laparoscopia e histeroscopia) concedidos pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Atua na área de Reprodução Humana desde 2008. Trabalhou como membro do corpo clínico da Androfert no período de 2008 a 2012 e, desde julho de 2012, integra a equipe da Medicina Reprodutiva Campinas. Trabalha como médica tocoginecologista assistente no Hospital Estadual Sumaré (UNICAMP).